O General Manuel Noriega foi uma das figuras mais controversas da história política panamenha. Noriega nasceu em 11 de fevereiro de 1934, em uma pequena cidade chamada San Felipe, perto da capital do Panamá, Cidade do Panamá. Noriega estudou na Escola Militar de Chorrillos, em Lima, no Peru, antes de retornar ao Panamá e se juntar ao Exército Nacional em 1962.
Noriega foi promovido a tenente-coronel em 1971 e a coronel em 1973. Em 1983, foi promovido a general, tornando-se chefe do Estado-Maior do Exército Nacional do Panamá. Em 1984, ele se tornou o verdadeiro poder por trás do trono, controlando o país por meio de um esquema de suborno e chantagem. Noriega se autodenominou o favorito de Deus, e muitos panamenhos acreditavam que ele estava conduzindo os eventos do país com a ajuda divina.
A influência de Noriega se estendeu para além das fronteiras do Panamá. Ele era conhecido por seu trabalho com a CIA, tendo sido um dos principais informantes da agência durante os anos 1980, quando os EUA estavam buscando derrubar o governo sandinista na Nicarágua. Embora tenha sido útil para os EUA em sua guerra contra as guerrilhas nicaraguenses, Noriega também teve conflitos com os EUA.
Eventualmente, essas tensões levaram à Operação Justa Causa, uma invasão militar dos EUA no Panamá em 20 de dezembro de 1989. O objetivo declarado da operação era remover Noriega do poder e restaurar a democracia no país. Os EUA conseguiram prender Noriega em 3 de janeiro de 1990, e ele foi julgado e condenado em Miami por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Foi uma queda dramática para um homem que se achava o favorito de Deus. Noriega foi sentenciado a 30 anos de prisão, mas sua sentença foi reduzida várias vezes, e ele foi finalmente extraditado para o Panamá em dezembro de 2011, para cumprir uma sentença de 20 anos por crimes cometidos em seu país.
Noriega passou seus últimos anos na prisão, sofrendo de câncer e outros problemas de saúde. Ele morreu em 29 de maio de 2017, em um hospital no Panamá. Embora sua vida tenha sido marcada por corrupção e abuso de poder, Noriega também deixou um legado complexo. Alguns o veem como um patriota que lutou com sucesso pela independência do Panamá dos EUA. Outros o consideram um brutal ditador que isolou o país e o mergulhou na pobreza.
Em última análise, a história de Manuel Noriega é uma história de poder e redenção. Ele começou como um soldado comum e chegou ao topo do poder no Panamá, apenas para ser derrubado por forças maiores. Sua prisão e subsequente morte põem fim a uma era tumultuada e controversa na história política do Panamá, mas sua trajetória é um lembrete de que o poder é efêmero e de que a história sempre cobra sua dívida.
